Sunday 14 August 2016

ALICE LOPES RELEMBRA SUA VIAGEM A WHITSTABLE NO ANO PASSADO


No final do mês de Agosto completa um ano da minha viagem à Inglaterra. Durante pouco mais de uma semana tive a oportunidade de estar em contato com uma cultura que me fascinou durante toda a vida. E a convite do Marcus, venho novamente à PCASUK para falar sobre a minha paixão pelo cinema e pela literatura, reviver alguns momentos da minha viagem e por fim, contar os meus planos para o futuro.


Desde que me entendo por gente, tenho uma grande paixão pelo cinema. Mas foi aos dez anos, assistindo a um filme mudo e em preto e branco que comecei a olhar o cinema com outros olhos. Gabinete do Doutor Caligari, 1920 me prendeu do início ao fim. O jogo de luz e sombra, a música clássica ao fundo, aquele cenário pscicodélico, o foco no olhar dos personagens, a precisão dos movimentos… Era um conjunto de detalhes que ligava duas gerações totalmente diferentes. Apesar de separados por quase um século, aquele filme despertou em mim o desejo de conhecer mais acerca dos primórdios do cinema. E foi um atrás do outro. Até o momento em que a seção de filmes mudos da locadora já tinha se esgotado. 


Peter Cushing apareceu por acaso na minha vida aos 12 anos. Um dos meus passatempos na época (e até hoje) é ir à locadoras de DVDs. Entre vários filmes lá estava A Casa de Horrores, 1974 (en: Madhouse). Apos ter assistido aos filmes do Dr Phibes e ter me encantado com aquele gentleman do terror, Vincent Price, eu estava numa verdadeira saga em busca de todos os filmes nos quais ele fosse o protagonista. Mas em A Casa de Horres encontrei um ator que viria a ser ao lado de Vincent Price, uma das maiores inspirações. O final nada óbvio do filme, no qual o Peter tinha uma participação icónica, me fez querer saber mais sobre ele. Na semana seguinte já estava mergulhada nas adapatações da Hammer de Dráculae Frankenstein.


Os anos se passaram e a minha paixão pelo cinema ia aumentando. Eu assistia de tudo. Costumo dizer que sou uma pessoa de fases: quando conheço algum gênero, ator ou diretor com o qual eu me identifique, assisto tudo o que encontrar pela frente. Já tive a minha fase documentários, filmes mudos, de terror, de máfia, de Alices em não sei qual país e por aí vai. Todos eles exercem algum nível de influência sobre mim, uns mais, outros menos. Mas acredito que o terror vai sempre ser o meu gênero preferido, tanto no cinema, como na literatura.


Apesar de tudo, optei por uma carreira totalmente desvinculada do mundo do cinema: Economia e Relações Internacionais, que são os cursos que atualmente faço em São Paulo. Apesar da minha escolha profissional, não consigo me ver no futuro sem fazer algo relacionado ao cinema. Seja um curta metragem, um documentário, ou mesmo um vídeo para o youtube. De alguma forma, quero e tenho planos para fazer algo atrás ou quem sabe na frente das câmeras: escrevendo, dirigindo ou atuando.


Ano passado tive a oportunidade de fazer um curso teórico sobre a história do cinema. Foram seis meses de aulas com um excelente profissional da área, Inácio Araújo, onde tive uma visão mais crítica e mais metodológica do cinema, me colocando em contato com diretores consagrados e filmes fundamentais no gabarito de todo e qualquer cinéfilo.


Desde 2015 também desenvolvo um projeto acadêmico, onde estudo as relações entre a filosofia e a literatura gótica britânica do século 19, para ser mais específica: relações entre a obra de Francis Bacon e romances como Frankenstein e O Médico e o Monstro. Nesse estudo pude relacionar dois campos que aparentemente não faziam sentido algum


Me encantei e me apaixonei perdidamente pela Inglaterra. Entrar em um campo de golfe e outro de croquet (acredite: campos de golfe são extremamente raros e inacessíveis no Brasil), uma praia gelada, quase deserta e sem areia (o oposto do que vemos por aqui), cujo sol parecia não se pôr nunca (o pôr do sol aqui acontece muito mais cedo do que na Europa). Experimentei a famosa iguaria Fish&Chips, a qual aprovei de primeira. Andar por Whitstable foi como fazer um tour ao lado do Peter. Por mais que eu não tenha tido a oportunidade de conhecê-lo, pude vê-lo em cada esquina da cidade: sua casa de frente para o mar, o restaurante que leva seu nome, o antiquário do Geoff Laurens, o museu repleto de itens de seu acervo pessoal, e a população como um todo, sempre disposta a compartilhar uma memória do ator.

Em Londres me deparei com casas antigas, coisa que só via em cidades históricas no Brasil. Lá, por outro lado, parece que ainda conserva os ares vitorianos, cuja fachada não é coberta por altos muros como por aqui. Entrei num cassino pela primeira vez, visitei o tão aclamado Whitehaven Mansions, o prédio do Poirot (o qual me recuso a chamar de Florin Court) e passei pela Scotland Yard. Além é claro dos passeios considerados obrigatórios para qualquer turista de primeira viagem.


Também quebrei o estereótipo de que os ingleses são pessoas geladas e distantes, encontrando, por outro lado, pessoas educadíssimas, sempre dispostas a ajudar, além de muito atenciosas e pacientes.


Situações engraçadas também fizeram parte do meu roteiro: não demorou muito para eu perceber que a deliciosa marca de sorvetes Kibon aqui do Brasil, na Inglaterra recebe o nome de Wall’s; passar o cartão do metrô (Oyster Card) tanto para entrar quanto para sair foi uma verdadeira surpresa, visto que por aqui você tanto faz você ficar 2 horas ou 2 minutos no metrô: você sempre vai pagar o mesmo valor. E por último vale lembrar a qualquer turista desavisado que o trêm tem um botãozinho para abrir as portas!


Por fim, gostaria de agradecer ao Marcus pela oportunidade de voltar ao PCASUK e dividir as minhas experiências com milhares de fãs do Peter ao redor do mundo. Espero que tanto a minha história como a viagem à Whitstable tenham trazido boas lembranças do nosso querido Mestre do Terror.

Alice Lopes, 20 anos, São Paulo, Brasil


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